#21 Atingir a maioridade
O que é a maioridade? Qual o efeito em nossas vidas? O que vem depois e como reagimos a essa mudança? Não espere respostas, é apenas um registro de que chegou esse momento e eu que lute!
Oi, tudo bem?
Sei que o papo de elevador sobre o tempo anda capenga e deixaremos assim, não é mesmo? Tivemos uma semaninha de frio intenso e seguimos como um casamento primaveril em pleno outono. Já disse que amo, mas cada dia fico mais assustada com a possibilidade da era do gelo invadir o segundo semestre.
Aliás, pensei aqui: acho que gosto mais do primeiro semestre… Os seis primeiros meses do ano parecem aqueles meses de início de namoro, que você ainda está tateando, vendo no que vai dar, se arruma toda, cria algumas expectativas, planeja, arruma a casa, compra mimos, faz planos… ai, vem o inverno, por essas bandas do sul, sempre gelado, seguido daquela primavera chuvosa que deságua na correria do final de ano, das metas não alcançadas, dos objetivos não realizados e do famoso, “bora empurrar com a barriga que ano que vem resolve”.
Mesmo tendo meu aniversário ali no começo, definitivamente, eu não gosto do segundo semestre. Que saco!
A Maioridade
A pessoa queria falar sobre atingir a maioridade nas newsletters, dizer que agora caminha sozinha, etc, e para não falar mais besteira do que já fala, faz uma rápida busca e lembra que não existe mais maioridade aos 21 anos no Brasil… agora, é tudo aos 18.
De qualquer maneira, vou deixar a analogia por aqui, seguir com a brincadeira e dizer que a partir dessa edição número 21, estarei sem a companhia da minha amada editora Priscila Schip, que está voando profissionalmente, cheia de projetos e trabalhando muito. E, em breve, com uma newsletter só dela - joguei a braba aí, Pri, te vira!
Isso quer dizer que, erros de português, vírgulas em lugares errados e frases confusas, é tudo culpa minha mesmo!
A Pri foi fundamental e super importante neste processo da construção e manutenção das Palavras Temperadas. Lia minhas bobagens, me cutucava, insistia em alguns assuntos. No fundo, ela me lia, sabe como? Muitas vezes, ela voltava com um “você quer dizer mais coisa aqui” ou “porque você apagou tal parágrafo”. E várias vezes, “adorei esse trecho”. E eu imagino que não tenha sido fácil pra ela aguentar meus áudios, inseguranças, prazos curtíssimos, mil ideias e nenhum foco.
Por tudo isso e muito mais, sou extremamente grata por esse período, pela sua companhia, generosidade, leves puxões de orelha e um tanto de amor.
Agora é comigo mesma. Hora de assumir minha maioridade, manter o foco, criar pautas e realizá-las, abordar assuntos dolorosos ou divertidos, trazer informações relevantes, com um tico de perseverança e outro tanto de coragem para assumir os erros e honrar meus acertos!
Pri, obrigada demais por tudo! Love you!
MERCEARIA DA VIDAL
Assisti a duas séries cujos temas ou abordagens são bem diferentes mas ambas envolvem a paternidade e as relações familiares. As duas são bem pesadas, com violência e muitos gatilhos. Então, certifique-se que seu estado emocional está em um momento propício para assisti-las.
O Paciente, com Steve Carrell é de 2022 e está no Star+. Trata da história de um psicanalista que é sequestrado por seu paciente, um assassino em série que entende que tem uma compulsão e quer ser curado através da terapia. Parece uma produção de ação, de um psicopata arrependido, mas eu acho que está mais para um drama psicológico com as questões familiares de pano de fundo, embora pra mim, esteja em primeiro plano mesmo. Para quem é da área ou curte as diferentes camadas da relação terapeuta/paciente, a série entrega direitinho.
Estrelada pelo eterno Dr. Estranho (amo!) Benedict Cumberbatch (tive que dar CtrlC/V no nome dele, claro!), Eric é uma minissérie da Netflix, curtinha, para assistir num domingo chuvoso. Um drama familiar sobre o sumiço de uma criança, mas que pega carona em uma Nova York dos anos 80, com drogas, racismo, AIDS e a gentrificação da cidade. Oscilando entre monstros reais e imaginários - a dúvida de quem são eles e onde eles vivem -, a série aborda especialmente a relação entre um pai e um filho e os caminhos possíveis dessa relação. Fiquei com a impressão de ter um “Q” de Onde Vivem os Monstros.
RECEITA / PRATO DO DIA
Estou tentando resgatar textos que fiz em algumas ocasiões, em aulas de escrita ou para os blogs que um dia eu tive. A ideia é trazer para cá e deixar arquivado por aqui. Não encontrei o que eu queria para hoje e alguns que achei, preciso reler e dar uma mexida. Mas nessa busca, encontrei umas fotos do preparo de duas massas que fiz milênios atrás.
Massa é algo que amo demais fazer, evito muito e meio que transformo em comida de fim de semana, com a desculpa de fazê-la um pouco mais elaborada, mais festiva e, de preferência, com mais praticidade.
Não necessariamente, sigo alguma receita - embora ame as clássicas -, muitas vezes, abro a tríade da cozinha: geladeira / freezer / despensa, vejo o que tem e monto a ideia. Se precisar de algum complemento, corro ao mercado (quer dizer, hoje em dia, André corre) para pegar o item que falta.
Em outras ocasiões, quando vou à feira que acontece às quintas, aqui na Praça do Japão, faço as compras já pensando nessa comida do fim de semana. E sempre arrumo algo na Rosângela Pescados como fio condutor da ideia. No caso desta, foram as lascas de salmão que ela faz com as sobras dos cortes do peixe. Essas lascas são perfeitas para assar e fazer saladas, sanduíches e até um tartar mais simples para acompanhar um pãozinho.
Massa com lascas de salmão, bacon e cogumelos
Pois é, essa mistura de mar e terra tem até nome em inglês Surf & Turf - e tenho quase toda certeza que em italiano também tem um termo específico. Aprendi com o Jamie Oliver, cuja receita de salmão assado com aspargos e tiras de bacon já reproduzi algumas vezes e com o pessoal da Salumeria Montebello, quando fizemos um almoço em conjunto no restaurante da fábrica, em Quatro Barras, em 2017. Ou seja, unir proteínas que venham do mar e da terra pode render bons e saborosos pratos.
Ingredientes
400g de tiras de salmão
200g de cogumelo paris (mas pode ser portobello ou shitake)
150g de bacon em cubos
1 ou 2 alho poró fatiado
Raspas e suco de 1 limão siciliano
Tomilho
200g de creme de leite fresco
Salsinha para finalizar
Azeite, sal e pimenta do reino moída na hora
300g de massa da sua preferência (siga as instruções de preparo da massa, mas o ideal é tirar uns 2 minutos antes do cozimento indicado para finalizar no molho)
Preparo
Tempere o salmão com as raspas de limão e a pimenta do reino - evite colocar o sal e o suco do limão nesta hora, para não cozinhar o salmão.
Frite o bacon na própria gordura. Reserve - use a gordura do bacon para fritar o alho poró e o cogumelo, se for preciso acrescente um pouco mais de azeite. Junte o salmão, tempere com sal e o suco do limão. Acrescente o creme de leite fresco, uma concha da água do cozimento da massa e volte com o bacon. Incorpore a massa, ajuste sal e pimenta do reino e finalize com a salsinha.
QUAL É A MÚSICA, PABLO?
Não foi fácil escolher a música para hoje, muito porque nenhuma me vinha à cabeça e eu já não sei mais o que coloquei de música por aqui… fui recorrer ao meu caderninho com a lista das melhores 50 da vida e mesmo assim, não veio nada que estivesse afim. Abri o aplicativo de música, entrei na playlist da Cozinha da Rê e coloquei no modo randômico para ver o que vinha.E veio essa, da Fernanda Porto, que eu amo! Aliás, é mais uma da lista que, lá nos idos dos anos 2000, fazia parte do repertório dos CDs no carro! Fiquei até mais felizinha e ainda deu vontade de dançar!
Dicas para quem atingiu a maioridade: vá à feira, pense na sua comida, amadureça suas ideias, coloque elas em prática, assuma riscos, faça, sirva e siga em frente !
Obrigada por chegar até aqui!
Beijocas e até loguinho
Rê
Muitas coisas a dizer, mas destaco algo que sempre me vem aos olhos quando leio cada edição: cuidado com cada detalhe, com cada passo, com o caminho, com os sentidos. Acho que a maioridade está mais que dada!
Nossa, 21 newsletters, já?! 😮 Passou tão rápido. Já quero mais algumas dezenas desses emails deliciosos que chegam temperando nossa manhã. 💜