#25 Como viver sem as Olimpíadas?
Olimpíadas e redes sociais formaram uma bela dupla que nem queijo e goiabada, já a ELLE à Table vem com um cardápio completo para movimentar o mercado editorial de gastronomia. Será?
Oi, tudo bem? Como você está por aí?
Acabaram as Olimpíadas e estou totalmente désolé! Que bom que logo, logo, tem as Paraolimpíadas, carregada de emoção, recordes e medalhas! Ainda não tem a visibilidade necessária, mas é lindo acompanhar a força do esporte e seu poder de transformação.
Impossível não enaltecer a mulherada que arrasou demais. Aquela velha história: espaço, oportunidade, interesse, condições e exemplos são fundamentais. Junta tudo isso com educação e podemos transformar o mundo. Essa receita é fácil, o problema é convencer quem faz as políticas públicas (olha as eleições aí gente….) de que o que sai desse forno é uma iguaria sem precedentes.
No mais, foi tudo lindo e muito divertido. Somos o país dos memes, das brincadeiras e do deboche. Acompanhar as Olimpíadas pelas redes sociais foi o melhor passatempo das últimas duas semanas.
É claro que precisa de uma atenção, pois toda essa movimentação digital pode ser perigosa, extrapolando a brincadeira e caindo na justiça pelas próprias mãos. Nossa campeã olímpica, a jogadora de vôlei Ana Patrícia, foi uma vítima dos haters nos jogos de Tóquio. E neste ano, uma jogadora de futebol espanhola recebeu uma onda de comentários que ficaram no limite do ataque pessoal. Contextualizando: ela falou uma besteira bem feia sobre a nossa seleção feminina de futebol e foi massacrada pelos internautas brasileiros.
E essa viralização toda chamou a atenção de muita gente. Embora precise de melhorias (muitas) - não cabem mais certos comentários e brincadeiras, trabalhamos com memes mas não com falas preconceituosas -, a cobertura da Cazé TV deu um banho na tradicional cobertura televisiva. A visibilidade que eles deram aos atletas, impulsionou perfis e trouxe o reconhecimento espontâneo, legítimo e necessário para essas pessoas que abrem mão de tanta coisa em nome do esporte e do país.
A verdade é que o consumidor mudou muito com as redes sociais, a agilidade da informação e a interação genuína.
Tudo isso serve de alerta para os meios tradicionais de comunicação e a necessidade de adequação ao novo perfil do telespectador. Não acho que a TV vá acabar, mas a forma de se consumir espetáculos, como as Olimpíadas, nas redes é outra. Aliás, a Leilah Accioly montou esse post abaixo para explicar um pouquinho essa bagunça! E de quebra, ainda tem a história da criação do orelhão!
MERCEARIA DA VIDAL
Comida Cheia de História, Receitas e crônicas deliciosas de uma jornalista de gastronomia é o livro da Patrícia Ferraz. Ela esteve em Curitiba semana passada e lá fui eu assistir sua breve palestra na 42a Semana Literária do Sesc. O livro, da editora Senac, é bem produzido, com fotos maravilhosas (produção fotográfica do Claudio Meletti), crônicas, histórias e suas receitas favoritas. Vou ler com calma, mas como uma boa colecionadora de livros de gastronomia, achei adorável.
Em sua palestra, Patrícia trouxe aquilo que talvez você já saiba: a gastronomia moderna (acho melhor dizer, atual) está seguindo a passos largos para a sustentabilidade, e essa sustentabilidade reside na ancestralidade. Claro, estamos falando de uma gastronomia elitizada, mas que se reflete em diversas camadas da nossa sociedade. Conhecimento, recursos e tecnologia nos ajudam a fazer escolhas melhores, seja através do consumo de produtos orgânicos ou na produção de nossas próprias refeições. E a alta gastronomia está atenta a esse consumidor/cliente. “Não basta só cozinhar, tem que conhecer o produtor, saber a origem do insumo, defender causas”, disse ela.
Chegou a terceira temporada de O Urso (Disney+). Só assisti ao primeiro episódio, que pareceu mais um Chef’s Table sem um narrador/depoimento. Imagens tensas, angustiantes da construção de um chef de cozinha com a exigência da superação o tempo todo, mescladas com imagens lindas e poéticas dessa transformação que passa pelo cansaço, por odores, observação, aprendizado e, principalmente, pela beleza e o respeito ao alimento. Infelizmente li alguns spoilers e as críticas a essa temporada são enormes, com exceção à dois episódios. Como não cheguei ainda neles, sigo fã.
Aliás, a segunda temporada passou um trator nas premiações na categoria Comédia… Tudo que essa série não é, é uma comédia. É puro suco de dramas familiares e questões psíquicas dos personagens. Tem momentos engraçados, mas nada que justifique a categoria.
Soube, sei lá como, que a ELLE Brasil lançou a versão nacional da revista ELLE à Table (título existente em 8 países). Achei curioso, pertinente e tardio o investimento neste segmento. E a consumidora de produtos editoriais de gastronomia atacou mais uma vez e lá fui eu deixar uma grana forte na publicação. Ela segue o modelo ELLE de ser, com imagens belíssimas - e até um ensaio que valoriza a imperfeição dos vegetais -, muito luxo e conteúdo pago.
No final da revista, tem um conteúdo “apresentado” (pago!) por uma empresa de cartões de crédito com fichas destacáveis de receitas colecionáveis, bem ao estilo de revistas antigas e menos glamourosas. Já vou destacar e depositar na pastinha cheia de recortes de receitas que nunca fiz! (acumuladora, que chama)
QUAL É A MÚSICA, PABLO?
Esta música completa 120 anos ano que vem. Ela abre e fecha o livro “Em agosto nos vemos”, obra póstuma de Gabriel Garcia Marques, com tradução do seu amigo pessoal Eric Nepomuceno. Reza a lenda que ele não queria que o livro fosse publicado e se sua vontade fosse seguida à risca, perderíamos a única protagonista feminina de toda a sua produção. Não vou me alongar sobre o livro, ele é curtinho, fácil de ler e rende muita conversa, como a do último Gole de Cultura, clube de leitura que faço parte. Quero só destacar a música que o cerca e que me fez viajar e lembrar da última cena de Frankie & Johnny, filme lindíssimo de 1991, com a perfeita Michelle Pfeiffer e Al Pacino no papel dos protagonistas.
Composta em 1905, Clair de Lune é parte da obra Suíte Bergamasca, e ajudou a imortalizar seu criador, o francês Claude Debussy. É daquelas músicas que poderia escutar todos os dias, bem ao entardecer, para acalmar o coração, para agradecer e tranquilizar a cabeça. Fico pensando que essa música é um belo rascunho do que seria estar em paz.
Se você nunca assistiu ao filme, recomendo pular o vídeo abaixo!
Que você esteja em paz.
Obrigada por chegar até aqui,
Beijocas e até loguinho
Rê
Também adorei as Olimpíadas. Fiquei grudada na TV como não fazia há tempos, enfim… adorei esse Palavras Temperadas. Até a próxima e lembre-se -
Silvio Santos é coisa nossa 🎼🎼.
Preciso rever este filme. Só lembro que os protagonistas deveriam ser feios... rs... not likely!
Saudades das Olimpíadas. Aqui em casa teve gente com depressão mermo... fazer o quê?!