Oi, tudo bem?
Eu sempre me imaginei escritora, embora nas minhas brincadeiras infantis, eu fosse uma professora ou secretária que invariavelmente tinha um caderno ou a máquina de escrever da minha mãe por perto para rascunhar besteiras. Quando consegui comprar meu primeiro laptop, a criança que ainda habita este corpitcho, acreditava que Carrie Bradshaw era uma personagem possível e real.
Mesmo eu tendo pânico de salto alto, o que eu almejava, para além das roupas, sexo e Nova York, era aquela escrita livre sobre o cotidiano e crônicas do dia a dia que me encantavam na TV ou nos Cadernos Bs e Segundos Cadernos da vida (carioca feelings).
Pensando nas escolhas (certas ou erradas) profissionais ao longo de todos esses anos, tudo o que eu não fiz foi dar espaço para essa criatividade ou essa ingenuidade aflorar. E toma de ter mil pensamentos, textos, ideias e palavras soltas escritas em caderninhos espalhados pela casa.
Outro dia, tentando organizar uma bagunça e procurando pelo caderno que levei para a viagem que fizemos pelo Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves, láaaa em 2019, encontrei alguns desses cadernos perdidos no fundo de uma gaveta.
Neles, dei de cara com palestras - desde Umberto Eco em Boston, passando por Alex Atala e André Mifano (aliás, por onde ele anda?) -, com conversas em eventos de gastronomia ou aulas de culinária, anotações de um jantar que juntou Roberta Sudbrack e Manu Buffara, quando esta ainda engatinhava -, páginas e páginas de pensamentos, ideias e frases que poderiam render textos, crônicas e quem sabe até críticas.
“Vimos a aprendiz de cozinheira servir um menu metido a besta com pouco sabor, enquanto a mestra, em sua simplicidade de ingredientes e técnica apurada, apresentou uma comida emocionante”, puxa, como eu sei ser brega e má!
E ainda rabiscos em reuniões do Conversas Entre Mulheres, com dicas de empreendedorismo e estilo, além de registros de passeios pela cidade e cafés, onde descrevo personagens imaginários sentados ao lado.
Fico pensando em como o medo de se expressar, de expor a minha opinião, e o quanto trazer à baila essas sensações e vivências me paralisam. Imagina se eu tivesse começado um blog naquela época? Ops, e não é que comecei? E já foram três deles, atualizados por algum tempo e ainda assim engavetados. Eram ruins? Acho que não muito, embora meu próprio julgamento acredite que não valeria a pena continuar e com isso, apenas os guardava pra mim, assim como faço com todos esses meus escritos.
Todo esse blablablá pra dizer que na cartinha de hoje não tem muito o que ser dito (será mesmo?). Mil coisas na esfera pessoal aconteceram e acho que fiquei sem energia para pensar em desenvolver uma pauta.
Talvez tenha sido o Pad Thai que fiz outro dia e que ficou pavoroso. Sério… uma das maiores gororobas já feitas na vida - e que também não foram poucas. Depois de semanas planejando, organizando e entregando uma comemoração linda do aniversário do Ro, com jantar, pizzada e festa incrível, fazer aquele Pad Thai pavoroso trouxe de volta a minha realidade crítica, de auto exigência e excelência. Bem do tipo: baixa tua bola que você não é essa cocada toda.
Fiquei pensando no brunch que fiz no Coletivo Alimentar (assustadoramente em 2016!), cujo prato principal era um Pad Thai e ele saiu lindamente para sei lá quantas pessoas num sábado insano. Como é que a essa altura do campeonato, eu possa ter errado com a massa, a ponto dela grudar e virar um compensado? E quem sou eu para escrever sobre comida quando cometo esses erros primários? Joga fora esse diploma de cozinheira que nem pra escritora você serve…
Ahhh, vai, deixa eu ser um pouco dramática!
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Pad Thai
Como falei anteriormente, Pad Thai é algo que eu domino. Ou achava, né? Eu senti, na hora em que coloquei a massa de arroz na água, que ia dar ruim. Pah! Certeira…
Acontece que eu comprei uma massa de arroz sem glúten que cozinha em água quente e a massa própria para o Pad Thai é aquela que hidrata em água fria. E, conforme conversa que tive depois com o chef Maurício Pereira, meu professor de comida tailandesa, o segredo de um Pad Thai, além dos temperos, é a massa previamente preparada e bem soltinha… Ahh, Brasil… Sim, eu mandei mensagem pro Maurício pedindo: peloamordadeusa, qual o segredo, porque a cagada que eu fiz foi gigante. Sente o trauma da pessoa.
Aliás, nessa nossa conversa, Maurício - que comanda o Pescara -, gravou um áudio com o preparo do Pad Thai perfeito! (emoji de coração!)
Sigo achando que Pad Thai é um prato simples, fácil de fazer e muito saboroso. Mas como tudo na vida e especialmente na cozinha: atenção, produtos corretos e calma são os principais ingredientes. Ah! E uma dose extra de confiança ajuda também!
Ingredientes
600g de lombo de porco
1 cenoura grande, cortada em palitos fininhos (juliene)
1 repolho pequeno, cortado em tiras finas
1 cebola grande picadinha
2 dentes de alho
Gengibre ralado
Um punhado grande de coentro picado
Cebolinha para finalizar
1 xícara de amendoim torrado
Broto de feijão a gosto (coloquei uma xícara mais ou menos)
400g de macarrão de arroz (leia as instruções de como fazer!!!)
Óleo de gergelim
Suco de uns 2 limões
¼ de xícara de pasta de tamarindo
¼ de xícara de molho de peixe (eu usei molho de ostra)
⅓ de xícara de mel (algumas receitas usam açúcar mascavo)
Pimenta vermelha - eu usei pasta de curry para deixar levemente apimentado
Em várias receitas, leva ovo também!
Preparo
O ideal é usar uma panela wok para fazer o preparo todo.
E sempre comece pela massa, para hidratá-la e reserve com um pouco de óleo de gergelim para não grudar. Temperei o porco com limão, sal e pimenta do reino moída na hora e fritei, na wok, com óleo de gergelim. Se você optar por usar ovo, faça uma omelete à parte também. Esse é um dos segredos, segundo o Maurício. Outro segredo, de acordo com o chef, é fazer uma pasta de alho e gengibre. A verdade é que pasta de alho e gengibre, você pode fazer e conservar na geladeira e serve para quase todos os preparos da vida!
Em uma tigela à parte, junte os itens do molho: pasta de tamarindo, molho de ostra, molho shoyo (duas colheres de sopa), mel ou açúcar, suco de limão e a pasta de curry (não obrigatória) .
Depois de fritar a proteína (no caso, lombo de porco), doure a cebola e adicione a pasta de alho e gengibre. Acrescente a cenoura e o repolho (se quiser, pode ser repolho roxo). A ideia é deixar a cenoura ao dente - mas não dura e quando o repolho murchar, já está pronto para a próxima etapa.
Volte com a proteína para a panela, assim como a omelete e a massa, em seguida e muito rapidamente, acrescente o molho, finalize com o broto de feijão, coentro e o amendoim.
Sirva em seguida.
Ficou com preguiça de fazer o Pad Thai? Vai ao Sanuk, que a equipe do Beto prepara um perfeito!!!
MERCEARIA DA VIDAL
Festival Literário Histórias da Floresta - até dia 23 de junho rola esse festival na Caixa Cultural e minha editora maravilhosa, Priscila Schip, é a coordenadora de comunicação e explica: “o evento traz uma série de atividades gratuitas que irão apresentar às crianças os elementos da cultura indígena e propor uma visão de mundo mais voltada ao respeito e conhecimento ancestral, a diversidade cultural e a preservação ambiental.” Passamos lá no domingo e a montagem e estruturas lúdicas permitem uma interação sensorial com as crianças. Tem contação de história, bate-papo e um cheiro de mato delicioso!
A programação completa está aqui.
Aliás, a Caixa Cultural é um espaço muito interessante. Suas mostras podem ser pequenas mas trazem uma diversidade bem bacana, atendendo as mais variadas gerações. Agora mesmo, tem a exposição Poty Expandido, em homenagem aos 100 anos de nascimento do artista curitibano Poty Lazzarotto, com uma produção audiovisual que aproxima a nova geração, conectada às tecnologias, com a experiência em óculos 3D e realidade aumentada.
No segundo andar, ainda tem a Graffitigrafismo Amazônico, uma exposição que mistura a arte da tapeçaria indígena, os tupés, com o grafismo através de pinturas em spray. A imagem da abertura já vale a visita! E sabe o que é melhor, todas as exposições são gratuitas.
Finalmente comecei a ler Americanah (compre aqui), da Chimamanda Ngozi Adichie, pela Companhia das Letras e tradução da Julia Romeu. Atrasadíssima, mas super envolvida na leitura. Depois conto o que achei!
Pablo, qual é a música?
Rumores que ela vem. Será? Minhas músicas favoritas (embora o 21 eu ame quase que por completo) são Someone like you - link com discurso e emoção do público em uma performance ao vivo - e Send my love debochada, dançante, sem contar no vestido lindo que ela usa no clipe.
Vem, Adele!!!!
Obrigada por chegar até aqui.
Beijocas e até loguinho
Rê