#31 Aleatoriedades da vida para disfarçar a falta de criatividade
Cara a cara com o abismo criativo, embora com a cabeça cheia de informação e ideias, aplico técnicas de embromação, trago um guia cultural e pensamentos aleatórios
Oi, tudo bem?
Depois da última newsletter - que ficou super legal, vai?! - criou-se um abismo de criatividade e eu queria muito adiar essa edição. Parece que dei tudo de mim, gastei meu potencial, esgotei minha imaginação e o bloqueio se instalou de vez. Ou tudo não passa de um bando de desculpas esfarrapadas para não seguir em frente com as ideias que não param de me atropelar.
Quando me dou conta, entendo que uma belíssima procrastinação se apossou de mim, para adiar ou efetivamente não fazer tudo aquilo que deve ser feito, me proponho a fazer ou desejo muito fazer. Pronto. É só correr para o abraço e encarar o fracasso sem sequer dar uma oportunidade a um possível sucesso.
Talvez seja o único momento na vida em que tiro a máscara de uma virginiana típica… Hum… pensando bem, dá um certo alívio essa libertação.
Ainda assim, observo a minha procrastinação nos mínimos detalhes, especialmente o “acordar cedo para me atrasar com calma” (quero minha camiseta!), sair de casa na hora em que marquei o compromisso ou perceber que estamos em novembro e as tarefas adicionadas na agenda de janeiro ainda não foram concluídas. Não se iluda, é desesperador.
Nesse momento, começo a divagar sobre o tempo das coisas ou o quanto tarefeira eu sou, entro no círculo vicioso e… perco o tempo de simplesmente fazer o que deve ser feito. No final das contas, é trabalhar e garantir o dinheiro suficiente para aumentar as sessões de terapia e tratar disso logo! Quase simples assim. Ops, ainda nem terminei meu currículo.
Observação pertinente
Poderia ser um tweet, se eu usasse a rede social em questão, mas não é. Semana passada, participei, como ouvinte online, da apresentação da tese de doutorado de uma grande amiga. Sim, só sendo uma grande amiga para ouvir por algumas horas não só a apresentação dela, como as considerações dos professores, mais interessados em se expor do que qualquer outra coisa.
É claro que, embora muito preparada, ela estava nervosa. Só um zen budista, todo trabalhado no autoconhecimento, ou um ser frio e calculista, desprovido de emoção, não estariam. Dos 5 ou 6 professores que ali estavam - perdi as contas em um determinado momento - todos fizeram questão de verbalizar o nervosismo dela. Apenas um deles, ao fazê-lo, a acolheu de uma forma menos acusatória (acusatória não é a palavra, mas é por aí).
De toda a apresentação, isso foi o que mais me chamou a atenção. Me vi ali, em um grande espelho online, visivelmente nervosa enquanto o outro aponta o dedo, espezinha, debocha ou para piorar, questiona o nervosismo. Pode ser até inconsciente, mas muitas vezes é uma linda tática de dominação, de demonstração de poder que o outro tenta exercer sobre você. Uma tentativa de dizer, “eu enxergo as suas fraquezas”. Já tive vontade de ser fria o suficiente para dizer: “amigo, deixa eu te contar uma coisa: isso não é novidade. Eu as conheço muito bem”.
A verdade é que, mesmo com o nervosismo instalado, nós mesmos temos que nos acolher e entender que o problema é muito mais do incômodo do outro diante da sua vulnerabilidade. Talvez nessa hora, o melhor mesmo é mandar pr´aquele lugar e descarregar essa carga emocional.
(Eu falei sobre terapia, não falei!?)
MERCEARIA DA VIDAL
Saudades de fazer um tijolinho no Rio Show, né, minha filha? Ops, nunca fiz! Mas eu gosto da ideia e trago um possível caminho para a newsletter: divulgar azamigas, eventos e lugares que gosto de frequentar, coisas que me interessam, etc… (e ainda ajuda na embromação da escrita). Poderia ser uma edição Extra, Extra, Extra, mas essas são para as receitas, que aliás, ando em falta com elas. Então, deixa aqui na Mercearia da Vidal que, como falei uma vez, tem de tudo um muito.
Em CURITIBA
=> Sexta-feira, dia 08, as amigas artistas estarão espalhadas pelos palcos da cidade, divertindo e colocando todo mundo pra dançar.
Bravonas e Le Trutas dividem o palco do 92 Graus, a partir das 20h. Ingressos, R$15.
Kluber e sua banda linda, com os queridos Vic e Adriah, apresentam versões de Alanis Morissette no palco do Wonka, a partir das 22h.
=> Sábado, dia 09, tem Mamute, A Feira. Sério, a Mamute é incrível! Uma feira artística e criativa, de produção gráfica–literária–artesanal–autoral. Sabe aquela lista de presentes de Natal? Pois então, atualize e prestigie os artistas locais. Tem comidinhas e shows, inclusive, minha amiga DJ Maçã estará por lá com sua seleção perfeita. Vai ser na Praça Eufrásio Correia, a partir das 11h.
=> A Lu Gnoatto - para quem não sabe, ela fez a marca da Mandarina e a pintura da fachada - estará na Mamute, mas ela também está com uma exposição fruto de uma residência artística na Asa Basa. Ela anda promovendo umas visitas guiadas e é super interessante. Veja a programação no Instagram dela.
=> De 14 a 17 de novembro acontece a Virada Sustentável Curitiba - tem palestras, debates e diversas apresentações artísticas pela cidade. É um assunto que precisa da nossa participação, dá uma olhada na programação completa no site.
=> A Borealis Casa reabriu e está linda de morrer! Ao longo do mês, a Patrícia - dona da p.., ops, casa toda! - promoverá oficinas de incenso natural e guirlandas. Caí de paraquedas lá no último sábado, fiz meus incensos e amei. Pretendo voltar e fazer o de guirlanda natural.
=> Não tem show, mas já tem pré-venda do compacto da banda As Más Notícias. Não conhece? Clique aqui para escutar!
Em BH
Dias 09 e 10 de novembro vai rolar em Belo Horizonte, o Matula Film Festival. E eu morri de inveja de não estar lá… Com curadoria do Guilherme Lobão, além da exibição de curtas e longas com a temática, tem diversas palestras, oficinas, comidas e até um tour de madrugada pelas mercearias antigas da capital mineira.
No RIO
Enquanto a Gudinaite não atraca em Curitiba, eu fico sofrendo por não estar no Rio no dia 23 de novembro e cair na pista na edição extra da Brazooka, do meu amigo Marcelo Janot. Saudades Casa da Matriz.
PABLO, QUAL É A MÚSICA
Quando estive em São Paulo, fui assistir à Kluber no Blue Note, tocando só músicas do álbum Grace, do Jeff Buckley - um A R R A S O. No bis, Kluber fica sozinha no palco e no piano começa Calling You, que não é desse álbum.
Me transportou para um tempo em que eu experimentava a música, não seguia modismos e apenas curtia os mais diversos sons. Ah! E para quem não sabe, essa música ficou conhecida por ser da trilha sonora de Bagdá Café, um cult que nunca assisti, mas sei da história de trás pra frente…
E tem a versão PERFEITA da minha musa espanhola Ana Belén, de quem já falei aqui.
Eu avisei, muitas coisas aleatórias e blábláblá!
Por isso mesmo, obrigada por chegar até aqui.
Beijocas
Rê
Só digo que ainda bem que você não adiou essa newsletter!
Amei a aleatoriedade da carta dessa semana... na verdade, nem achei assim tão aleatória! rs...
Tem que colocar o que vai rolar em SP tb, poxa... rs... tem a Feira Ofício! rs... mas nem sei se consigo ir, né? mesmo do ladin de casa...
Te amo, Rê! Cada dia mais.